O dia de domingo ficou marcado pelo desaparecimento de um dos monstros sagrados do cinema francês e mundial. O ator francês Alain Delon, um ícone do cinema, morreu ontem de manhã aos 88 anos, anunciaram os seus três filhos numa declaração conjunta à Agência France-Presse.
Figura central em mais de cinco décadas de constantes transformações do cinema francês, Delon deixa um legado de 122 filmes, 88 dos quais como ator, dois como realizador e 32 como produtor, numa carreira ligada a realizadores como Jean-Pierre Melville (“O Círculo Vermelho” “O Silêncio de um Homem”), Luchino Visconti (“Rocco e os Seus Irmãos”, “O Leopardo”), René Clément (“Em Pleno Sol”) ou Louis Malle.
Em termos de prémios, foram vários os que recebeu, com destaque para o Urso de Honra no Festival de Cinema de Berlim em 1995 e a Palma de Ouro honorária em Cannes em 2019.
Nos últimos anos estava afastado das luzes da ribalta, principalmente depois de ter sofrido um AVC, o que o levou mais tarde, em 2023, a voltar a fazer as manchetes, quando os seus três filhos apresentaram uma queixa contra a sua dama de companhia, por vezes descrita como sua companheira, por suspeitas de abuso de fraqueza. Seguiu-se uma batalha em torno das condições de saúde do ator, que demonstrou querer levar para a frente um suicídio assistido.
Alain Delon passou os últimos anos da sua vida na sua propriedade de Douchy (Loiret), rodeada de muros altos e onde planeava ser sepultado, não muito longe dos seus cães.