Ennio Morricone morreu, na última noite, aos 91 anos numa clínica em Roma, noticia a imprensa italiana. De acordo com o jornal La Repubblica, Morricone morreu, na noite passada, numa clínica em Roma, onde se encontrava, na sequência de uma queda. A imprensa italiana refere ainda que o compositor tinha partido o fémur há uns dias.
Autor de mais 500 bandas sonoras, reconhecido por melodias únicas como o assobio de “O Bom, o Mau e o Vilão” (1966) ou o magnífico solo de oboé de “A Missão” (1986), Ennio Morricone era um dos mais populares e amados compositores da história do cinema, em atividade desde a década de 1950.
Combinando de forma sábia a imagem com melodia, para a história fica a revolução da música dos “western spaghetti” de Sergio Leone, mas intercalou o cinema europeu com Hollywood numa muito produtiva carreira com centenas de trabalhos, com destaque para “A Batalha de Argel”, “Era Uma Vez na América”, “Os Intocáveis” ou “Cinema Paraíso”.
Ennio Morricone trabalhou com Pier Paolo Pasolini, Bernardo Bertolucci, Dario Argento, Gillo Pontecorvo e Pedro Almodóvar, John Huston, Roman Polanski, Samuel Fuller, Brian De Palma e Quentin Tarantino tornando-se, realmente, num artista emblemático do século XX.
Foi aliás com Tarantino e o filme “Os Oito Odiados” que Ennio Morricone recebeu, finalmente, o Óscar para Melhor Banda Sonora em 2015. Em 2006 tinha já recebido um outro Óscar mas de homenagem pela carreira.
Lembro que Ennio Morricone esteve pela última vez em Portugal a 6 de maio de 2019, no âmbito da digressão mundial, com um concerto em Lisboa na Altice Arena inserido na “60 Years of Music World Tour”.