A mensagem internacional do Dia Mundial do Teatro, que se assinala esta segunda-feira, apela à união dos profissionais para que despertem “a consciência do mundo” de modo a “encontrar a essência perdida da Humanidade”.
Assinada pela atriz egípcia Samiha Ayoub, a mensagem do Instituto Internacional do Teatro (ITI, na sigla original em inglês), aponta ao estado do mundo, “a esta vil imagem de brutalidade, racismo, conflitos sangrentos, formas de pensamento único e de extremismo”, e visa o reencontro com o ser humano livre e tolerante, reconhecendo no teatro e na sua capacidade da representação da vida, sob todas as perspetivas, a possibilidade de “enfrentar as trevas da ignorância e do extremismo”.
Iniciativa do ITI, organismo afeto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO), o Dia Mundial do Teatro assinala-se a 27 de março, desde 1961.
Por cá, a assinalar a efeméride, os atores e encenadores Jorge Silva Melo e António Reis, que morreram no ano passado, vão ser homenageados por duas companhias excluídas dos apoios da Direção-Geral das Artes, segundo a sua programação.
A Seiva Trupe, com sede no Porto, convida o público a juntar-se ao coletivo para o primeiro aniversário de apresentação pública da Sala Estúdio Perpétuo, que ocupam, numa sessão dedicada a António Reis, cofundador da companhia e do Festival Internacional de Expressão Ibérica (FITEI). António Reis morreu em abril de 2022, aos 77 anos.
Em Alverca, no Teatro-Estúdio Ildefonso Valério, a companhia Cegada estreia a peça “Num país onde não querem defender os meus direitos eu não quero viver”, peça de Jorge Silva Melo, a partir da novela “Michael Kohlhaas”, do autor alemão Heinrich von Kleist. Fundador dos Artistas Unidos, depois de ter criado o Teatro da Cornucópia com Luis Miguel Cintra, Jorge Silva Melo morreu em março do ano passado, aos 73 anos.
As duas companhias, elegíveis para apoio nos concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023-2026, acabaram excluídas por se ter esgotado o financiamento disponível.
Mas num dia de entrada livre, espetáculos de teatro, leituras encenadas e lançamento de livros multiplicam-se por todo o país.