Nove em cada dez portugueses revelaram ter, antes da pandemia, um “baixo consumo” de atividades culturais, e os chamados “omnívoros culturais” são sobretudo jovens ou com rendimentos mais elevados.
Os dados constam do estudo “Práticas culturais dos portugueses”, feito pelo Instituto de Ciências Sociais, da Universidade de Lisboa, a pedido da Fundação Calouste Gulbenkian, a partir de um inquérito nacional sobre hábitos de consumo de Cultura dos portugueses, em particular nos 12 meses anteriores à pandemia da covid-19.
Ao longo de mais de 400 páginas, a equipa revela múltiplos dados e informações estatísticas sobre o comportamento dos portugueses no consumo de Cultura, concluindo que, na altura do inquérito realizado, “93% do total dos inquiridos se encontravam na categoria de ‘baixo consumo cultural'”, de atividades como teatro, ballet, dança, ópera, cinema, circo, concertos, festivais e festas locais.
Antes da pandemia, a ida ao cinema foi a atividade cultural com maior taxa de participação dos portugueses, mas o principal concorrente é a televisão.
Entre as razões apontadas para não irem mais vezes ao cinema estão a falta de tempo, de interesse, o preço elevado dos bilhetes e a não existência de cinemas na zona de residência. Há ainda outra justificação de relevo: vinte por cento dos inquiridos disseram que podiam ver “o filme em casa na televisão e noutros suportes digitais”.
Os festivais e festas locais foram os espetáculos ao vivo a que os portugueses mais assistiram.
A falta de tempo foi o principal motivo apresentado pelos inquiridos para não irem mais vezes assistir a espetáculos e concertos ao vivo, festivais e festas locais, seguindo-se a falta de interesse e o preço dos bilhetes.